O Transtorno Afetivo Bipolar acomete homens e mulheres. Inicia-se na adolescência e em adultos jovens, podendo também acometer crianças. É a sexta maior causa de afastamento de atividades profissionais pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e se encontra em cerca de 4% da população mundial.
A sua causa é multifatorial, através da associação de componentes genéticos, psicológicos e ambientais. 
Não se trata de desvio de caráter ou falha de educação, é uma doença, e normalmente algum familiar vai ter também.
Quando alguém próximo apresenta esse diagnóstico, deve-se ficar atento ao desenvolvimento, sobretudo se for uma criança. É importante evitar diversos fatores ambientais, como uso de drogas, e diversos efeitos psicológicos, como alguns fatores estressores.
A atenção a esses pacientes deve ocorrer sempre, mesmo quando eles se acham bem e que não se sentem doentes. Esse grupo tem 19% de mortes causadas por suicídio. Isso significa trinta vezes mais chances de suicídio de que qualquer outra pessoa.
O diagnóstico deve ser feito por um psiquiatra, que fará entrevista detalhada da história de vida desse paciente. O tratamento deve ser imediato para combater a alteração neurobiológica que se manifesta no comportamento.
Existem em algum momento de vida desses pacientes episódios depressivos. Geralmente a procura de ajuda profissional ocorre nesse momento. A depressão é caracterizada por tristeza, dificuldade de organização, dificuldade de planejamento, falta de energia, falhas de memória, dificuldade em se concentrar, dores, insônia etc.
Na fase de euforia ou mania, temos humor eufórico ou expansivo, insônia e com necessidade de poucas horas de sono, irritabilidade, raiva, hiperatividade (se envolve em diferentes atividades ao mesmo tempo), busca de atividades prazerosas, impulsividade (muitas das vezes se lançam em  projetos mais ousados), maior gastos em  compras, maior ingesta de  álcool ou  drogas, prejuízo do senso de perigo, aumento de energia física ou do pensamento, maior necessidade de sexo (aumento da libido), sintomas psicóticos (nos casos, mais graves), entre outros. Existem também os quadros de hipomania, que são os sintomas da euforia (sem sintomas psicóticos) de forma mais branda.
O curso é muito variado. Pode haver ciclos rápidos ou ciclos bem determinados com fases de ausência de mudança de humor no decorrer dos anos. Existem os estados mistos em que podem ocorrer esses sintomas ao mesmo tempo. Por exemplo, queixa de depressão, mas também relata pensamento acelerado. Nesse caso é muito comum ter confusão diagnóstica, porque normalmente o paciente relata apenas a depressão. 
Se o médico não for experiente não investiga os outros sinais, como o pensamento estar muito rápido. Com isso muitos são  tratados erroneamente como apenas um quadro de  depressão. Isso só faz piorar o seu quadro, pois nesse caso na maioria das vezes se utiliza apenas o antidepressivo.
O tratamento consiste em tirar o paciente da mania ou da depressão na fase aguda em um primeiro momento. Depois é preciso manter o paciente estável, sem oscilar nas mudanças de humor. Nesse caso, utilizam-se os estabilizadores de humor.
Os estabilizadores de humor são sais de lítio, alguns anticonvulsivantes (divalproato, lamotrigina, carbamazepina, oxcarbamazepina) ou antipsicóticos atípicos (risperidona, aripiprazol, quetiapina).
Como a maioria dos pacientes demora muito a receber o diagnóstico e o tratamento correto,  demora um pouco para se definir o melhor estabilizador de humor ou a melhor associação deles para cada paciente.
É fundamental estar associado uma terapia para que possam ser trabalhados aspectos psicológicos e estressores, associado a uma psicoeducação do Transtorno Afetivo Bipolar. Nessa parceria Psiquiatria e Psicologia é muito importante que ambos estejam trabalhando em sintonia para estabilidade do quadro de bipolaridade do paciente.
O tratamento é para toda a vida, pois se trata de uma doença neurobiológica. Outras dicas importantes, além de aliar o tratamento psiquiátrico e o psicológico do Transtorno Afetivo Bipolar, é evitar ingesta álcool, nunca usar drogas, sempre dormir bem, atividade física regular e evitar os estressores psicológicos e ambientais determinados na terapia.
Sugiro assistir o vídeo abaixo. Um programa de Bipolar com participação de professores e pesquisadores da área e relato de pacientes. Assim como ler os artigos publicados nesse blog em 28 de junho de 2011, 25 de setembro de 2012, 28 de abril de 2014, 6 de fevereiro de 2014, 28 de abril de 2014 e 5 de fevereiro de 2014.

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