A princípio não se pode usar o nome de Fobia Social ou Ansiedade Social em pessoas que passaram a apresentar este quadro de fobia em situações sociais, após o desenvolvimento da doença de Parkinson ou qualquer outra condição clínica.
Na prática, recebo em meu consultório muitos pacientes com Doença de Parkinson, que está fazendo o seu tratamento neurológico regular e desenvolveu esse tipo de ansiedade.
Muitos pacientes, tanto nos estágios iniciais ou mais avançados da doença de Parkinson, chegam a mim porque sofrem muito em situações sociais em que se sentem expostos. Sentem muita vergonha e mal estar, convivem com a sensação de que estão sendo observados, com intenção de ridicularizar ou mantendo o vínculo por compaixão. Esse mal estar é tão grande que essas pessoas passam a evitar situações dessa natureza. Acabam se isolando e fugindo do convívio social.
O paciente com Parkinson foca toda a sua vida nos sintomas de tremor em repouso, lentificação psicomotora e a instabilidade postural. Por valorizar essas queixas acredita que todos só o veem através desses sintomas.
Se esses pacientes não foram olhados também por esse viés acabam evoluindo da ansiedade social para um quadro de ansiedade generalizado ou depressivo. O enfrentamento dessa situação complementa o tratamento da ansiedade social do paciente com Parkinson, sendo muito importante para o tratamento neurológico da doença de Parkinson. Deve sempre ser acompanhado por psiquiatra e psicólogo.