Os tablets e smartphones fazem parte do dia a dia das famílias, e é preciso ter cautela com as crianças.
No final de 2011 a agencia Marketing Kids Industries divulgou uma pesquisa com 2200 pais americanos e ingleses que deixam as crianças usarem tablets. Cerca de 15% dos filhos entre 3 e 8 anos usam os tablets dos pais, outros 29% já possuem o seu próprio. Cerca de 10% das crianças menores de 2 anos tinham acesso a esse recurso. Essa mesma pesquisa demonstrou que 77% dos pais acreditam que estão fazendo bem , estimulando a inteligência e atenção dos filhos. Esse estudo mesmo estudo, atualizado, já resulta que 38% dos menores de dois anos usam esse recurso na sua vida diária.
Muitas propagandas estimulam esse uso como um bom estímulo para as crianças pequenas. Mas sabemos que os tablets tem pouco tempo de mercado e estudos para sabermos o real impacto disso no cérebro das crianças. Na prática já se observa no cotidiano de profissionais que atendem crianças algumas consequências negativas. Já notamos crianças com dificuldade na escrita cursiva. Muitas crianças estão com a letra “de garrancho”, o que antigamente se acreditava ocorrer apenas na classe médica.
Existe uma contribuição para obesidade, um problema da vida moderna. Criança parada no sofá sem atividade física facilita a vida dos pais, a falta de tempo e de segurança em locais públicos, mas contribui para o sedentarismo.
A exposição a telas não desenvolve adequadamente a inteligência do bebê. Diversas informações já vem prontas. As crianças usam menos sua capacidade de pesquisa, não desenvolvem curiosidade e imaginação.
Outro problema desse recurso é o conteúdo inadequado. Eles vão navegando, descobrindo sites e jogos que não são compatíveis com a idade. Muitas das vezes porque observam irmãos ou primos mais velhos.
O tablet estimula o consumismo. Vemos crianças que não sabem ler ainda, mas reconhecem diferentes marcas. Existem até jogos que fazem usam dessas marcas em jogos, e não apenas nas propagandas.
É importante que os pais não usem os tablets apenas como “babá virtual”, ou seja, para aproveitar melhor o tempo, para possam fazer as suas coisas com mais tranquilidade.
Antigamente os pais estavam no carro e conversavam com a criança. Hoje dão um tablet para que possam se distrair e não “dar trabalho”. Sentam num restaurante e já puxam o tablet. Esse tempo antes era usado em conversas com a criança.
Um período importante em que a criança iria gastar energia, descobrir novas brincadeiras, e especialmente aprender a lidar com a vida social e amigos está sendo usado exclusivamente em atividades isoladas. O tablet deve ser usado sim, mas deve ser usado com moderação e com a interação do adulto que esteja cuidando dessa criança. Alguns especialistas sugerem que no máximo duas horas por dia , não corridas. Muitos já dizem de 30 minutos diários são ideais para crianças de até dois anos. Mas sempre com o adulto fazendo parte dessa brincadeira.