Esse texto foi escrito em parceria com a neuropsicóloga Marcia Ferreira.
Quem será o nosso adulto daqui a 10 anos ? É hoje uma criança perversa, sem empatia e  sem respeito por seus pares?

Resolvemos escrever sobre esse tema, por estarmos chocadas com o volume de crianças buscando atendimento psicológico ou psiquiátrico, vítimas da perversidade dos colegas de classe. Geralmente somos procuradas por pais de meninas, entre 6 e 9 anos. Primeiro é feita uma anamnese com os pais, sem a presença da criança. No campo da queixa principal, sempre os mesmos sintomas: autoestima baixa, insegurança, medos, apatia, daí finalmente a criança começa criar desculpas para não ir à escola.

Quando avaliamos a criança, ela relata fatos dolorosos. Conta como é xingada, excluída e anulada pelas coleguinhas de turma. Os efeitos psicológicos na vida dessa criança “vítima” são imensuráveis.

Me pergunto: quem será e como será essa criança agressora quando chegar na fase adulta?

Não vamos falar de “bullying”, até porque esse tipo de comportamento sempre existiu. Inclusive na nossa época escolar. O que nos chama atenção é que esse comportamento era comum nas escolas públicas e mais populares, hoje nosso público no consultório é formado pelas escolas de “Elite” , das escolas “caras” e que melhor preparam para o ENEN.
Então voltamos a questionar: O que está acontecendo? Como serão nossos futuros adultos? Sem amor ao próximo, sem respeito às diferenças e se achando acima de todos? Serão esses os nossos príncipes e princesas de hoje, os quais seus pais terceirizam seus cuidados para as babás, escolas e centros de atividades esportivas?
Convivam com seus filhos, para que possamos ter adultos melhores. Talvez nós estejamos criando indivíduos que no futuro serão como as pessoas de hoje que julgamos e criticamos.

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8 comentários

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  1. Maria Lúcia, educar dá trabalho. Mas os pais não perceberam ainda que é muito melhor educar quando pequeno. Se poupar trabalho no início do processo de formação da criança, será muito mais trabalhoso na adolescência e vida adulta jovem.

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  2. Já presenciei falta de educação simplesmente por país que não querem dar limites por dar trabalho. O que acontece é que a rebeldia aumenta a cada dia.

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  3. É verdade, Alceu. Talvez pela falta de tempo muitos pais têm negligenciado muito na educação dos filhos. Educar dá trabalho. Quando um pai não questiona o filho quando aparece com um material que não é dele ou aceita a historinha de seu filho, ele está acobertando um erro. Com isso, reforça o comportamento inadequado de seu filho que refletirá em diferentes esfera de sua vida.

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