O dia do Não Fumar é 16 de novembro.
O tabagismo é uma doença caracterizada pela dependência da nicotina. A nicotina é apenas uma das quatro mil substâncias encontradas no cigarro e outros derivados do tabaco. A fumaça do cigarro pode provocar cerca de cinquenta doenças diferentes, como hipertensão arterial, trombose venosa, aneurismas, cânceres de pulmão, boca e garganta.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) associa que cerca de 200 mil mortes por ano no Brasil ao tabagismo. Estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas, são fumantes.
As consequências mais comuns do tabagismo são: infarto, derrame, câncer, bronquite, enfisema, aneurismas arteriais, úlcera, trombose vascular, disfunção sexual, osteoporose, infecções respiratórias, hipertensão arterial, redução de número de espermatozoides e óvulos (dificuldade em engravidar) e diversas patologias de vias respiratórias.
Quando as mulheres não conseguem parar de fumar durante a gravidez aumentam os riscos de problemas para a mãe e para o bebê. Nascimento prematuro, aborto, problemas na placenta, nascimento de bebês com baixo peso, danos nos vasos sanguíneos do feto, aumento de hipoglicemia e dislipidemia estão entre os principais. Ainda existe o risco do bebê nascer dependente da nicotina.
A nicotina atua no sistema nervoso central muito rápido, entre 7 e 19 segundos, imitando a ação do neurotransmissor acetilcolina. A acetilcolina e seus receptores estão envolvidos em diversas funções, como movimento muscular de membros e face, na respiração, na frequência cardíaca, no aprendizado e na memória. Também influencia na liberação de diversos hormônios que atuam no humor e no apetite.
A nicotina também ativa áreas envolvidas na produção de dopamina, resultando na sensação de prazer e causando a dependência. Quando se fuma repetidamente, também há o desenvolvimento de tolerância pelo organismo, ou seja, se acostuma aquela quantidade de nicotina e, para ter a mesma sensação, é necessário aumentar a quantidade da substância.
Quando o vício está formado é muito difícil abandonar o hábito. Uma em cada dez pessoas que decide parar de fumar consegue sucesso sem tratamento médico. Tabagistas podem apresentar diversas queixas ao suspender o uso da nicotina. As mais comuns são : ansiedade, depressão, irritabilidade, cefaleia, insônia, aumento do apetite e mal estar.
Os sintomas da síndrome de abstinência são ruins. Existe tratamento medicamentoso e terapia cognitivo comportamental, que podem atenuar as queixas dessa fase. Adotar hábitos saudáveis também ajuda muito no tratamento, como uma boa higienização do sono e atividade física regular.
O INCA listou os 8 principais benefícios em parar de fumar e que precisam ser focado pelo tabagista para ajudar a superar a fase de abstinência:
- Após 20 minutos, a pressão arterial e a pulsação normalizam.
- Após 2 horas, não há nicotina no sangue.
- Após 8 horas, o nível de oxigênio normaliza.
- Após 12 a 24 horas, os pulmões melhoram.
- Após 48 horas, o olfato e o paladar melhoram.
- Após 21 dias, a respiração e a circulação melhoram.
- Após um ano, o risco de morte por infarto agudo do miocárdio reduz a 50 %.
- Após 10 anos, o risco de infarto é semelhante a um indivíduo que nunca fumou.
Para ter sucesso em parar de fumar, o dependente de nicotina tem que estar em estado de alerta para identificar e se proteger dos gatilhos que o levam a fumar no dia a dia. Por exemplo, estresse, café, álcool, uma reunião , sentar para escrever o relatório do trabalho etc. É preciso saber que a vontade de fumar dura apenas alguns minutos. Se distraia dessa vontade, por exemplo saindo para caminhar, escove os dentes, chupe gelo e sempre ocupe as mãos (tenha um elástico, papel e caneta , por exemplo), procure um amigo ou se distraia com a rede social para que esses minutos da vontade de fumar passem, e a vontade desapareça.
Quanto mais cedo você parar de fumar, menor o risco de doenças. A qualidade de vida melhora muito só em parar de fumar. Como é difícil parar de fumar sozinho, busque ajuda médica e psicológica.