Autora: Elizabete Possidente

Outro dia, estava conversando com uma amiga que descrevia a sua filha como uma adulta jovem super madura emocionalmente. Ela considerava maturidade emocional ter responsabilidades com as aulas e as avaliações da faculdade. Na mesma conversa, também falava da preocupação dela nunca ter apresentado um namorado e de não ter conseguido amigos no decorrer da sua vida por ser “adulta e responsável demais”.  

Estava totalmente equivocada na sua definição de maturidade emocional. Ainda reforçava na filha persistir imatura porque tirava a responsabilidade dela de não conquistar amigos. Dizia que os jovens não a entendiam por ser “adulta e responsável demais”.

Perguntei: “Nós somos adultas e responsáveis?” Ela respondeu: “Claro que sim. Sempre fomos”.  Ficou aquele silêncio. Ela concluiu que a justificativa da filha para não ter amigos é justamente pela falta de maturidade emocional.

Muitas pessoas se enganam ao associar a maturidade emocional à idade ou à responsabilidade das suas obrigações acadêmicas, ou trabalhistas. Entretanto, não é bem isso.  É perfeitamente possível que um jovem de 20 anos seja mais maduro que um adulto de 30. Cada pessoa amadurece em um tempo e de um jeito diferente.

Segue os principais critérios para que um indivíduo seja considerado maduro emocionalmente:

  • Capacidade de lidar construtivamente com a realidade.
  • Capacidade de se adaptar às mudanças.
  • Capacidade de transformar ansiedade, tristeza   e/ou frustração em resiliência.
  • Capacidade de assumir as suas responsabilidades pelos seus atos, não culpando terceiros, como os pais, dificuldades na infância, a falta de sorte ou uma conspiração do universo.
  • A capacidade de encontrar mais satisfação em dar do que receber em diversas situações da vida.
  • A capacidade de se relacionar com outras pessoas de uma maneira consistente com satisfação mútua e disponibilidade.
  • A capacidade de direcionar sua energia instintiva hostil para saídas criativas e construtivas.
  • A capacidade da empatia.

Quem desenvolver a maturidade emocional alcançará uma satisfação pessoal, com uma visão consciente do seu papel nas diferentes esferas da vida, além da capacidade de agregar conhecimento a todos que o cercam.

Você atingiu a sua maturidade emocional? 

Publicado por Elizabete Possidente

Formou -se em Medicina em 1994. Foi médica residente do Instituto de Psiquiatria da UFRJ de 1995 a 1996. Defendeu Mestrado em 1997 a 1999 pelo Departamento de Psiquiatria do Instituto de Psiquiatria da UFRJ. Durante muitos anos foi supervisora de Psiquiatria pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Foi médica perita em Psiquiatria no Manicômio Heitor Carrilho pela Vara de Execuções Penais da Secretaria Estadual de Justiça. Foi médica Psiquiatra e perita em Psiquiatria pelo Ministério da Defesa no Hospital Central do Exército e pela Auditoria Militar. Foi médica Psiquiatra e chefe do serviço de Saúde Mental da Policlínica Newton Alves Cardoso. Tem diversos artigos publicados em revistas médicas. Diversos trabalhos publicados em congressos nacionais e internacionais. Está sempre se atualizando e participando de eventos médicos nacionais e internacionais em Psiquiatria.

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