É fundamental darmos atenção a ingesta de álcool. A OMS refere ser a terceira causa de óbito em todo o mundo. É assustador saber que entre 10% e 12% da população mundial tem história de uso abusivo de álcool.
A sua maior incidência é em jovens entre 18 e 29 anos. É a droga psicoativa mais usada, e geralmente precede outras (não se encontra usuário de cocaína, maconha e crack, entre outras drogas, em uma pessoa que nunca fez uso de álcool).
A ingesta de álcool é responsável por 60% dos acidentes automobilísticos e 70% dos laudos cadavéricos de morte violenta. No Brasil, é a causa mais freqüente de aposentadoria e acidentes no trabalho.
Como saber se você faz uso social de álcool ou tem problemas de saúde com o álcool?
Essa pergunta é fundamental ser respondida por cada um que costuma beber. Cada vez mais é difícil obter essa resposta sozinho, porque somos bombardeados por propagandas que estimulam o consumo. Se você bebe vinho ou whisky, você é considerado “fino”. Ou se você bebe cerveja, você é aceito no grupo, é o cara “gente boa”.
Vamos tentar elucidar essa questão: costumo receber pacientes que vão ao consultório sendo quase que obrigados pelo familiar, porque não se vêem tendo problemas com o álcool. Eles afirmam que não bebem de cair na sarjeta e que trabalham e ganham bem. Portanto, segundo esse conceito, não seriam doentes.
Vendo melhor a história de muitos alcoolistas, observamos muitos problemas emocionais e sociais acontecendo antes de chegar ao “alcoólatra” , ou seja , no final da linha.
Muitos só conseguem paquerar, se divertir ou até ter relações sexuais com um copo na mão. É aquele que não consegue sair e se divertir sem a bebida. Eles evitam programas como cinema devido a não ser acompanhado de bebida. Tentam fechar um negócio sempre num jantar, para relaxar com a bebida.
Esse é o início do spectrum de doença psiquiátrica relacionado ao álcool. Depois, segue evoluindo, ficando sempre “alto” nas festas, só consegue se divertir com o uso de álcool, se mete em muitas discussões e brigas , ingerindo bebida logo pela manhã e depois sempre prometendo beber menos, mas nunca conseguindo cumprir a promessa.
Portanto, alcoolismo é uma doença crônica , caracterizada por uso abusivo e excessivo de bebidas alcoólicas em longo prazo e que apresenta uma série de problemas psíquicos, sociais e físicos. O tratamento do alcoolismo deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar: psicólogo, psiquiatra, clínico , hepatologista, terapeuta familiar e grupo terapêutico (AA).
Dividimos o tratamento em fases: desintoxicação e reabilitação. Deve se iniciar o mais breve possível: quanto mais cedo, menor as complicações com o uso de álcool, tais como: baixa auto-estima, dificuldade em manter relacionamentos, perda do emprego, cirrose, cardiopatia, amnésia, neuropatia e demência.