O Mutismo Eletivo é uma doença descrita pela Organização Mundial de Saúde no capítulo dos Transtornos Mentais e comportamentais e representado pelo código F94.0. É caracterizado pela recusa da criança em falar em alguns locais, em algumas ocasiões ou com certas pessoas. As crianças compreendem a linguagem e são capazes de falar adequadamente. É uma patologia pouco conhecida, presente em menos de 1% da população com distúrbios psiquiátricos. Segundo a “American of Child and Adolescent”, têm mutismo eletivo 7 entre cada 1000 crianças.
Essas crianças têm o interesse em se comunicar. Interagem através do olhar, gestos, sinais e pela linguagem corporal. Quando diante de um adulto desconhecido ou pouco íntimo tende a baixar o olhar pela timidez. Ela consegue falar normalmente em casa ou até pelo telefone, mas se mantém muda fora do ambiente doméstico.
O mutismo eletivo pode ocorrer em qualquer faixa etária da criança. É mais comum ter o seu início antes dos cinco anos. É também mais frequente em meninas. A percepção dessa criança é que ela é o centro das atenções, isso provoca uma intensa ansiedade. Esse desconforto é tão grande que inibe a sua fala.
A causa do mutismo eletivo é multifatorial, são diversos elementos que precisam estar presentes para desenvolver esse transtorno. É necessário nascer com uma predisposição genética para desenvolver uma síndrome ansiosa diante de um estresse. É preciso ter um temperamento mais tímido. Normalmente existe relato prévio de ter sido uma criança muito tímida e pouco sociável. É também encontrada uma interação familiar com características de simbiose, geralmente essa relação de dependência ocorre com a mãe.
Também contribui para o desenvolvimento do Mutismo Eletivo a forma como os pais influenciam a criança, por exemplo, demonstrando que pensam na interação com outras pessoas como uma situação desagradável e problemática. Em poucos casos o início ocorre após um trauma, mas sempre é encontrado com intensidade menor do que os casos relacionados com os fatos anteriormente citados.
Essas crianças desejam se comunicar mas não conseguem fora do seu ambiente “seguro”. Esse é um grande diferencial para não dar erroneamente o diagnóstico de Autismo. É comum estar presente timidez exagerada, ataques de birra, agressividade, raiva, mudança de humor e intensa ansiedade. Alguns relatos falam de crianças em que os sintomas desapareceram espontaneamente. A maioria dessas crianças leva à cronicidade, caso não buquem tratamento, logo após início do quadro.
O tratamento do Mutismo Eletivo não é bem descrito na literatura. O foco do tratamento é a psicoterapia individual e familiar. É necessário atenuar as manifestações comportamentais dessa criança através de melhora da sua sensação de segurança, aumento da autoestima e redução da ansiedade.O uso de psicofarmacos pelo neuropsiquiatra é restrito para combater os sintomas de raiva, agressividade, ansiedade e mudanças de humor. Também pode ser indicado o medicamento quando o especialista diagnostica outras comorbidades ao mutismo nessa criança.
Para que a Doutora continue nos brindado com \”dicas\” de interesses gerais, devemos passar adiante compartilhandotodas as matérias de um modo geral.
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José Luis, é isso que me empolga para escrever um pouco sobre os temas que vejo em meu consultório.
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Alívio não , suplício!
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Suas dicas tem sido esclarecedoras pois quando conseguimos identificar o problema em algum ente querido, sabemos que são passíveis de tratamento. A falta de um diagnóstico, mesmo que prévio, é um grande alivio para os parentes mais próximos.
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