O Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, os sinais ou sintomas começam a se manifestar nos primeiros anos de vida da criança. Os déficits são persistentes e significativos na comunicação e interação social, bem como comportamentos repetitivos e interesses restritos são os critérios para o TEA de acordo com o DSM V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders). Contudo, muitos só recebem o diagnóstico quando ocorre um grave prejuízo nas demandas sociais. O nível de gravidade do TEA é baseado nos prejuízos da comunicação social e pelos padrões repetitivos. Existem quadros leve, moderados ou graves.
Muitos podem ter o diagnóstico e não sabem. Alguns adultos buscam tratamento psiquiátrico ou psicológico para ansiedade ou depressão pela dificuldade de compreender ou interagir com o mundo. Se tivessem sido diagnosticados precocemente teriam sido estimulados no desenvolvimento de certas habilidades.
Vejo no meu consultório pais comentam ter percebido algo diferente no comportamento dos filhos e que já conversaram com o pediatra ou outros profissionais sobre o percebido. Vários afirmam que receberam a seguinte resposta: “cada criança tem o seu tempo de desenvolvimento”. É verdade que o desenvolvimento das crianças não é igual para todos, mas existe uma variedade dentro de um limite que é considerado um desenvolvimento normal. Fora dessa margem é necessária avaliação de um profissional.
Existem alguns sinais de risco:
– Comportamento repetitivo e restritivo
– Déficit de comunicação social
– Déficit na interação social
O pediatra deve estar habilitado a reconhecer sinais e sintomas que podem surgir desde muito jovem. A avaliação é realizada pelo psiquiatra ou neuropediatra com auxílio de equipe multiprofissional. Todos precisam ter experiência nos critérios de desenvolvimento global, cognição, motricidade, comportamento e sensorialidade. A equipe, após a avaliação da criança, cria um projeto terapêutico único para ela. O tratamento multiprofissional é baseado nas necessidades daquele momento de vida da criança e da família.
A intervenção precoce está diretamente relacionada ao melhor prognóstico, podendo atenuar sintomas e aumentar a possibilidade de atingir melhores resultados.
A visão de mundo das pessoas com TEA é um pouco diferente da nossa. Conheça a história de William Chimura, que descreve bem o quadro de TEA e relata muitos dos seus desafios.