O Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, os sinais ou sintomas começam a se manifestar nos primeiros anos de vida da criança. Os déficits são persistentes e significativos na comunicação e interação social, bem como comportamentos repetitivos e interesses restritos são os critérios para o TEA de acordo com o DSM V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders). Contudo, muitos só recebem o diagnóstico quando ocorre um grave prejuízo nas demandas sociais. O nível de gravidade do TEA é baseado nos prejuízos da comunicação social e pelos padrões repetitivos. Existem quadros leve, moderados ou graves.

Muitos podem ter o diagnóstico e não sabem. Alguns adultos buscam tratamento psiquiátrico ou psicológico para ansiedade ou depressão pela dificuldade de compreender ou interagir com o mundo. Se tivessem sido diagnosticados precocemente teriam sido estimulados no desenvolvimento de certas habilidades.

Vejo no meu consultório pais comentam ter percebido algo diferente no comportamento dos filhos e que já conversaram com o pediatra ou outros profissionais sobre o percebido. Vários afirmam que receberam a seguinte resposta: “cada criança tem o seu tempo de desenvolvimento”. É verdade que o desenvolvimento das crianças não é igual para todos, mas existe uma variedade dentro de um limite que é considerado um desenvolvimento normal. Fora dessa margem é necessária avaliação de um profissional.

Existem alguns sinais de risco:

– Comportamento repetitivo e restritivo

– Déficit de comunicação social

– Déficit na interação social

O pediatra deve estar habilitado a reconhecer sinais e sintomas que podem surgir desde muito jovem. A avaliação é realizada pelo psiquiatra ou neuropediatra com auxílio de equipe multiprofissional. Todos precisam ter experiência nos critérios de desenvolvimento global, cognição, motricidade, comportamento e sensorialidade. A equipe, após a avaliação da criança, cria um projeto terapêutico único para ela. O tratamento multiprofissional é baseado nas necessidades daquele momento de vida da criança e da família.

A intervenção precoce está diretamente relacionada ao melhor prognóstico, podendo atenuar sintomas e aumentar a possibilidade de atingir melhores resultados.

A visão de mundo das pessoas com TEA é um pouco diferente da nossa.  Conheça a história de William Chimura, que descreve bem o quadro de TEA e relata muitos dos seus desafios.

Publicado por Elizabete Possidente

Formou -se em Medicina em 1994. Foi médica residente do Instituto de Psiquiatria da UFRJ de 1995 a 1996. Defendeu Mestrado em 1997 a 1999 pelo Departamento de Psiquiatria do Instituto de Psiquiatria da UFRJ. Durante muitos anos foi supervisora de Psiquiatria pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Foi médica perita em Psiquiatria no Manicômio Heitor Carrilho pela Vara de Execuções Penais da Secretaria Estadual de Justiça. Foi médica Psiquiatra e perita em Psiquiatria pelo Ministério da Defesa no Hospital Central do Exército e pela Auditoria Militar. Foi médica Psiquiatra e chefe do serviço de Saúde Mental da Policlínica Newton Alves Cardoso. Tem diversos artigos publicados em revistas médicas. Diversos trabalhos publicados em congressos nacionais e internacionais. Está sempre se atualizando e participando de eventos médicos nacionais e internacionais em Psiquiatria.

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