O 8º Congresso Mundial de TDAH está sendo realizado de forma híbrida nesse mês, maio de 2021, devido à pandemia. Tem participantes presenciais na cidade de Lisboa e online em todo o mundo.
Muitos temas estão sendo discutidos com grandes nomes na pesquisa do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Enfatiza-se que o diagnóstico do TDAH é sempre uma tarefa sutil e requer muita experiência, isso porque o TDAH se trata de uma patologia que não tem exames complementares para confirmação do diagnóstico, o que torna muito mais importante a participação de congressos e encontros de discussão sobre o tema.
O diagnóstico é feito associando-se a observação do profissional, dados da história clínica e repercussão desses sintomas na qualidade de vida do paciente. É um diagnóstico realizado por médicos e é fundamental que esse profissional não só avalie a presença dos sintomas, mas também o grau de prejuízo e da capacidade adaptativa do indivíduo em lidar com essas queixas. Foi falado sobre a importância do profissional estar atento, aos momentos de transição de vida, geralmente associados ao aumento da demanda e de reponsabilidades. Foram consideradas diversas fases de transição, como ida para escola intermediária (idades de 10/11 anos), ensino médio e gravidez.
Sobre a importância desse momento da gravidez em mulheres que tem TDAH, existem mulheres já diagnosticadas com o TDAH e em tratamento, outras sem conhecimento de que tem TDAH e já vivendo prejuízo grande no seu cotidiano e as que tem a vida controlada e que os sintomas aparecem durante essa transição da vida. Temos que considerar imperativo avaliar a presença de TDAH nas gestantes pois o TDAH não tratado pode acarretar diversas situações que levam a complicações no cotidiano dessa grávida, como listado abaixo:
– Dificuldade maior em controlar a dieta – maior ganho de peso, maior refluxo gastresofagiano, maior chance de diabetes gestacional e pré-eclampsia;
– Pode levar a ingesta de álcool e drogas;
– Sem controle do tabagismo, se fumante;
– Alteração de humor;
– Piora da desatenção que leva a prejuízo no trabalho, acidentes de carro e muitos esquecimentos de tarefas / objetos de seu dia a dia que acabam acarretando ansiedade e depressão;
– Menor adesão nos cuidados pré-natal;
– Pior qualidade de sono;
– Não evitar esforço físico.
Os sintomas estão associados a um menor envolvimento com os cuidados de saúde física e mental que causam um prejuízo na sua qualidade de vida, nos cuidados com a gravidez, medo das demandas com a chegada do bebê, conflitos no relacionamento conjugal, não aceitação das limitações da gravidez e do seu corpo, sem viver o prazer desse momento único em sua vida.
A discursão do tema foi importante para nos levar à reflexão dos aspectos positivos e negativos que devem ser considerados de cada gestante com TDAH que procura tratamento. Nosso objetivo é sempre promover uma gravidez saudável para nossas pacientes, sempre levar elementos que possam compreender a necessidade de psicoterapia, apoio familiar e intervenção medicamentosa.
