Autora: Elizabete Possidente
Em 29 de janeiro de 2004, pela primeira vez no Brasil um grupo de ativistas transgêneros foi ao congresso Nacional reivindicar respeito pela Campanha “Travesti e Respeito”.
Desde então, esse dia passou a ser marcado como o Dia da Visibilidade Trans, uma demanda em dar visibilidade as necessidades das pessoas transgêneras.
Na época coincidiu com uma ação do Ministério da Saúde de adotar diversas medidas de combate as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Devido ao preconceito a essa população muitos não conseguem emprego, perdem apoio da família e são forçados a prostituição para sustento, se colocando no grupo de risco para ISTs.
Há um reforço de alertar a população que devemos combater o preconceito aos trans. O Brasil lidera o ranking de violência contra transgêneres no mundo conforme a publicação de novembro de 2021 pela ONG Transgender Europe (TGEU).
Com essa visibilidade as pessoas trans conquistaram a alteração de prenome e gênero nos registros de nascimento, casamento, nas lápides e no atestado de óbito por meios administrativos. Não há mais a obrigatoriedade de comprovação da cirurgia de redesignação sexual ou de decisão judicial. Tudo é realizado direto no cartório desde 29 de junho de 2018.
Anteriormente, as pessoas trans precisavam passar por um processo judicial demorado. A maioria dos juízes exigiam laudos com psiquiatra, psicólogo, endocrinologista, ginecologista/urologista, dificultando e atrasando muito a resolução. Também poderia ser exigido a comprovação da cirurgia de redesignação sexual (“cirurgia de mudança de sexo”).
Em comemoração a esse dia está sendo divulgado muitas histórias de trans em que falam sobre a família, relacionamentos amorosos, vida escolar, vida profissional e sobre como vivem contra o preconceito. O objetivo dessas narrativas é influenciar as pessoas a mudarem a postura preconceituosa sobre as pessoas trans e melhoria de diversas questões políticas relacionadas a elas.
