Autora: Elizabete Possidente e Giuliana Possidente

No Brasil não existe uma regra definindo o certo ou errado. Depende por exemplo da idade ou da forma de criação dos envolvidos pela família.

 Quando entram na fase pré-escolar / maternal, existe uma tendência a pedido dos pais a se manter na turma para melhor adaptação, já que geralmente é o primeiro momento de separação dos pais. Algumas escolinhas também estimulam por ter apenas uma turma nessa fase. Isso não quer dizer que sempre é essa a melhor opção. Por exemplo, se é o caso de uma das crianças ser portadora de uma personalidade mais dominante ou é muito mais extrovertida pode desfavorecer o outro a realizar novas amizades e enfrentar novas experiências. Um dos gêmeos pode crer que só tem capacidade na presença do irmão o que pode ocasionar muitos problemas emocionais, tais como, autoestima baixa, insegurança, ansiedade e medos.

Quando os gêmeos já em idade mais avançada, dos 6 a 9 anos, na maioria das vezes a família passa a querer investir na individualidade, percebendo características pessoais e de independência, e buscam que os seus filhos estudem em turmas diferentes. Nessa faixa etária existe um consenso de é a forma mais indicada.

No exterior a tendência é separação desde pequenos. Culturalmente as crianças são condicionadas para a individualidade e responsabilidades. Sabem desde pequenos que independente do que escolherem mais velhos, o normal é cada um partir para uma faculdade distante de casa.

No Brasil existem poucos estudos sobre o comportamento das famílias com gêmeos e quase nenhum que acompanhe a evolução desses irmãos. Um estudo mais amplo realizado na USP demonstrou que famílias com maior recurso financeiro tendem a valorizar a independência dos gêmeos. Famílias com menos recurso normalmente prefere reforçar o vínculo familiar, valorizando a cumplicidade e amizade entre os irmãos. Devemos levar em conta nesse caso que pela menor disponibilidade de renda influencia em manter os irmãos juntos, pois sabemos que é mais prático e barato irem para a mesma escola e realizarem juntos atividades extraclasse.

Gêmeos que estudam separados apresentam maior segurança, pela valorização de seus gostos e interesses, desvinculando a ideia de que tudo deve combinar com o irmão. Devido ao aumento de autoestima e da independência tendem a ter menor nível de competitividade entre eles, facilitando a relação familiar.  Não são conhecidos como os “gêmeos” pelos professores e amigos e sim pelo próprio nome. Apesar de no início sentirem a separação, existem muitos pontos positivos.

Publicado por Elizabete Possidente

Formou -se em Medicina em 1994. Foi médica residente do Instituto de Psiquiatria da UFRJ de 1995 a 1996. Defendeu Mestrado em 1997 a 1999 pelo Departamento de Psiquiatria do Instituto de Psiquiatria da UFRJ. Durante muitos anos foi supervisora de Psiquiatria pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Foi médica perita em Psiquiatria no Manicômio Heitor Carrilho pela Vara de Execuções Penais da Secretaria Estadual de Justiça. Foi médica Psiquiatra e perita em Psiquiatria pelo Ministério da Defesa no Hospital Central do Exército e pela Auditoria Militar. Foi médica Psiquiatra e chefe do serviço de Saúde Mental da Policlínica Newton Alves Cardoso. Tem diversos artigos publicados em revistas médicas. Diversos trabalhos publicados em congressos nacionais e internacionais. Está sempre se atualizando e participando de eventos médicos nacionais e internacionais em Psiquiatria.

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2 comentários

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  1. Interessante é ver q não tem uma fórmula única em todos os países né ?
    Acho q o Bruno e Marianna pensam em separa-lós ano q vem ou no próximo ….por enquanto estão se adaptando e fortalecendo os laços de irmãos !

    Att.:
    Silvio Rossi Côrtes
    (21) 99978-3837

    Enviado do meu iPhone

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