Autores: Giuliana Possidente e Elizabete Possidente
O tema central no 66th Annual Scientific Sessions of The American College of Cardiology (ACC) em março de 2017 foi depressão duplica risco de morte a longo prazo após diagnóstico de doença cardíaca. Desde então, vem se divulgando a importância da avaliação psíquica dos pacientes que realizam tratamento por doença cardíaca.
O médico avaliar sintomas de depressão em seus pacientes com cardiopatia é fundamental e, presente deve encaminhar para o especialista.
Os pacientes com a associação à doença cardíaca e à depressão apresentavam o dobro de chance de ir a óbito.
Os estudos comprovam que o risco de mortes é mais acentuado tanto no grupo que desenvolve depressão logo após a coronariopatia quanto no que apresentou anos depois. Ou seja, torna-se necessário o acompanhamento de todo paciente para evitar ou tratar precocemente uma síndrome depressiva e aumentar, assim, não só sua expectativa de vida como também sua qualidade.
Os pesquisadores observam que é um caminho de mão dupla entre esses dois diagnósticos. Os deprimidos têm maior chance de doenças cardíacas e os que sofrem de doenças cardíacas têm mais chance de desenvolver a depressão.
Já se sabia da chance aumentada de depressão a curto prazo do diagnóstico de doença coronariana, mas agora se sabe que também existe o efeito depressivo a longo prazo, prejudicando o paciente.
Pesquisadores americanos demonstraram a importância de incluir a avaliação de depressão no “follow up” dos pacientes. Dentro de uma análise de 25000 pacientes que foram acompanhados durante 10 anos após o diagnóstico da coronariopatia no Intermountain Healthcare, apenas 15% foram também avaliados sobre depressão. Esse dado confirma a importância do acompanhamento na recuperação do doente.
Passa, então, a ser defendida a ideia de que devem ser incluídos questionários específicos de depressão na avaliação de seus pacientes junto ao acompanhamento padrão de doenças coronarianas.
Pacientes deprimidos sem tratamento adequado sentem mais dores, usam mais analgésicos e anti-inflamatórios, reduzem atividade física, descuidam da alimentação, aumentam o tabagismo e a ingestão alcoólica, fatores que agravam a doença coronariana.
