Autora: Elizabete Possidente
Ellen Forney foi diagnosticada com Transtorno Bipolar tipo I por volta dos seus 30 anos. Nessa consulta com a sua psiquiatra, ela encontrava-se maníaca. Teve muito medo de que as medicações, reduzissem a sua criatividade. Ela é uma quadrinista e a criatividade é o fundamento da sua profissão.
Devido ao medo das medicações e por negar a doença, alegando que era o seu modo “artista louco”, ela travou uma luta que durou alguns anos até atingir a estabilidade clínica.
Ela encontrou inspiração na sua própria história e na obra de outros artistas e escritores que também eram bipolares para relatar a sua vida na história em quadrinho Parafusos – Mania, Depressão, Michelangelo e Eu.
A procura em compreender sua doença, a tornou uma pesquisadora do tema dentro do campo das artes. Identificou personalidades, cartas e diários de diversos artistas que tinham Transtorno bipolar, como Van Gogh, Sylvia Plath, Edgar Alan Poe, entre outros. Cada um deles lidando da melhor maneira possível com a patologia e transformando-a em produção artística.
Ela conta sua trajetória e a reconstrução de sua vida ao aceitar o tratamento da bipolaridade.
Ao receber o diagnóstico teve a percepção de um fardo e, que perderia a sua criatividade. Não saberia como se sustentar se perdesse a sua capacidade criadora.
A autora narra em quadrinhos as consultas, altos e baixos de humor, conflitos emocionais, história familiar, medos, efeitos dos medicamentos e as “loucuras”. Ao descrever o seu quadro clínico e tratamento, ela contribui muito com informações sobre a questão.
Ela mantém o tratamento psiquiátrico medicamentoso e psicoterápico para estabilidade clínica. Continua trabalhando como quadrinista e ministra palestras com depoimentos sobre a sua vida com Transtorno Bipolar, sem perder a criatividade.
