Autora: Elizabete Possidente
O Transtorno compulsivo alimentar (TCA) é caracterizado por episódios de compulsão alimentar (comer em grande quantidade) e a sensação de perda de controle sobre o ato de comer, de forma recorrente, por no mínimo 3 meses.
Ainda é preciso apresentar pelo menos 3 das seguintes características:
- Comer muito mais rápido do que o normal
- Comer até se sentir desconfortável
- Comer sozinho por ter vergonha da quantidade do que está comendo
- Comer grandes quantidades de comida mesmo sem fome
- Sentir-se enojado consigo mesmo, angustiado, culpado ou deprimido pela quantidade de comida ingerida
É importante não apresentar mecanismos compensatórios, como vômitos, jejum prolongado, uso de diuréticos ou laxantes e excesso de atividade física na tentativa de aliviar a angústia ou culpa.
Estudos apontam que o TCA ocorre mais no sexo feminino. É bastante comum estar associado a algumas comorbidades como TDAH, Transtorno de personalidade borderline, Transtorno de personalidade evitativo, Transtorno de personalidade histriônico, Transtorno de ansiedade generalizada, Transtorno bipolar e Transtorno de impulso (como a tricotilomania).
Cerca de 7% das mulheres com TCA desenvolveram no primeiro ano do ensino superior. Isso acaba provocando queda de desempenho acadêmico e automutilação.
Resumidamente, temos que avaliar os seguintes aspectos:
- Ocorrência dos episódios de compulsão alimentar, sendo objetivos quantidade de comida ingerida e perda de controle
- A recorrência: maior ou igual a uma vez por semana nos últimos 3 meses
- Presença de angústia, tristeza ou culpa
- Ausência de comportamentos compensatórios inadequados
O foco no tratamento do Transtorno Compulsivo Alimentar é reduzir bastante ou eliminar os sintomas de compulsão alimentar, reduzir clinicamente o peso corporal e tratar a psicopatologia do TCA e suas comorbidades. Se as comorbidades não forem tratadas dificilmente haverá sucesso no tratamento do TCA à médio e longo prazo.
